domingo, 22 de março de 2015

Bia: A Não-Vidente

Uma curiosidade sobre mim: eu tenho uma bola de cristal.
Não, é verdade, juro. Eu tenho uma bola de cristal. Não é grande e gloriosa e brilhante e roxa como as de ciganas e como a do emoji, mas é uma bola de cristal de qualquer jeito. Assim, feita de cristal. Só que pequeninha. E surpreendentemente pesada.
e pra falar a verdade eu não sei onde ela está droga

Por que comecei a falar sobre bolas de cristal? Simples. Diz a lenda que dá para ver o futuro em uma. E também em borra de café, e folhas de chá, e cartas de tarô. Se vocês leram/assistiram Harry Potter, a Prof. Trelawney faz um trabalho bem melhor que eu em explicar o assunto.


Outro dia me perguntaram onde e como eu me via dez anos no futuro.
Entenderam a introdução agora?

Dez anos. Uau, 2025. Que ano mais irreal. Posso acreditar em 2030, mas 2025 soa inventado. Assim como foi a minha resposta sobre como vejo nesse futuro distante.
Mano.
Como.
Eu.
Vou.
Saber?
Se eu soubesse, seriam

Não tenho poderes de vidência. Tentei usar minha bola de cristal para isso várias vezes, mas não consegui ver nada interessante. Tenho um tarô, mas ele prevê o futuro imediato, no máximo um geral do ano. Nada como 'E DAQUI HÁ UMA DÉCADA DESVENDE O FUTURO PARA MIM'
Tá, eu entendo que a pergunta era para ser vista mais como onde eu gostaria de estar em 2025. Mas ainda assim não sei. Ahn, com sorte, viva? Isso já seria bem legal.
A única coisa que eu sei garantida sobre 2015 é que será dez anos mais perto do aniversário de 100 anos de Doctor Who. Não posso garantir nem que ainda vou estar acompanhando DW, mas que vai estar mais perto vai. Mesmo que o universo tenha colapsado e a série tenha terminado antes, ela vai fazer 100 anos. Essa é uma certeza.
Todo o resto? Vixe.

Assim, eu fiz um desenho adorável, mas que pode estar completamente errado poque o baseei na pessoa que sou hoje. Eu mudei um bocado na última década. Quem garante que não vou mudar tanto quanto, ou talvez até mais, na próxima?
Enfim. Tecnicidades de lado, eu desenhei mais ou menos isso:
-um apartamento com um gato dentro (miau)
-uma estante cheia de livros com cadernos de notas embaixo
-um celular com a memória cheia de 999999 músicas
-uma conta em um site de fanfiction com fanfics demais
-eu com cabelo curto demais e pintado completamente de alguma cor não-natural; com maior habilidade de aplicação de delineador e falando no mínimo 5 línguas
-uma xícara de café e uma caneca de chá multiplicadas por 3 porque eu não duvido que vou ter um vício nessas duas bebidas e consumir uma grande quantidade delas por dia
-um manuscrito de livro impresso esperando por revisão e outro manuscritos enviados para editoras
 -e só.

Parece bom, não parece? Tentei não ser otimista demais nem pessimista demais. Acho que ficou bem balanceado para uma pessoa com vinte e tantos anos. Talvez tenha sido um pouco sonhadora demais com a ideia de ter um apartamento, mas que seja.

-Mas Bia! Cadê as outras pessoas na sua vida? Marido, namorado, amigos, filhos?

Opaopaopa, pessoal, calma. Eu tenho um gato, lembra? Não preciso de mais ninguém!
Brinks. Se bem que o gato provavelmente vai pensar isso.


Eu não adicionei ninguém além de mim no meu cenário futuro porque, poxa, eu não sei. É bem possível que eu ainda tenha contato com os meus amigos do ensino médio - sabe como é, facebook, whatsapp, tumblr, tecnologias - mas também é possível que não. É possível que eu faça um monte de amigos na faculdade - ou não. Ou no trabalho - mas quem garante que eu vou ter um trabalho?
Tudo pode acontecer. Eu posso me encontrar sozinha com o meu gato e a minha família daqui há dez anos. Talvez eu nem tenha o gato. Aí estou lá, na maior solidão, e lembro como a eu inocente de dez anos atrás que não sabia nada da vida achava que ia estar cercada de pessoas.
Não preciso infligir esse sofrimento adicional em mim, coitada.

Sobre filhos, eu duvido que vá ter algum antes dos 30. Crianças precisam de responsáveis. Quão responsável serei a eu da casa dos vinte? Não sei, mas acho que não o suficiente para trazer um goblin para esse mundo e dizer 'vou cuidar dele'.
Sobre maridos, sinceramente, também tenho grandes dúvidas. Eu, casada? E onde fica o gato nisso?
Sobre namorados, aí não tenho nenhuma ideia. Mas ando sem ligar muito, então achei que só não era algo importante o suficiente para colocar no desenho.


Quanto do meu desenho vai ser realidade daqui há dez anos?
O celular sem espaço. Disso tenho certeza. acabei de baixar 17 músicas.

Fora isso, o futuro é um mistéeeerio. Ele está sempre chegando, mas nunca podemos alcançá-lo porque assim que ele chega passa a ser presente. Frustrante e mágico. E indeterminado, mesmo que tentemos mapeá-lo.

AGORA; se é para falar sobre as minhas expectativas para o futuro, eu devia ter desenhado o poster de Cidades de Papel. EU QUERO TANTO ESSE FILME. TANTOTANTOTANTO.


Alguém aí é diferente de mim e sabe perfeitamente como vai estar de vida daqui há dez anos? Se sim, compartilhe. Vai ser legal.
Beijos Bia, alguém que demorou 13 músicas recém-baixadas para escrever esse post.

p.s. e depois as outras quatro para revisar e adicionar imagens de modo meio distraído

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